Atualmente vivemos em uma sociedade em crise, não falo especificamente da crise econômica, mas da crise intelectual, cultural e moral. As duas primeiras são de fácil entendimento, são meros reflexos do baixo nível de escolaridade, já a moral, também possui uma de suas bases no deficit escolar, mas o problema principal é outro.
Essas crises citadas levam diversas pessoas a narrativas contraditórias com suas atitudes e muitas vezes contraditórias entre si, ou seja, coisas que não fazem o menor sentido, vou usar o presidente como exemplo, vai à Igreja todo domingo, se diz cristão, inclusive seu slogan era Deus acima de todos, mas, na prática, exalta e elogia torturador, ou seja, pela lógica, ele está exaltando o soldado romano que matou Jesus, que é quem ele deveria seguir e exaltar de fato, visto que ele se declara cristão. Vou tentar esmiuçar um pouco a lógica. Na lógica tradicional existem alguns princípios a serem seguidos, mas no caso usarei apenas dois, o da não-contradição e o princípio de identidade. Vale lembrar que na lógica tradicional existem somente dois valores, o verdadeiro e o falso, apenas outros modelos de lógica introduziram outros valores. Mas em relação a princípios e regras, a lógica tradicional ainda é a base. Ambos princípios são de fácil entendimento, o da identidade diz: “cada coisa é o que é e não outra”, ou seja, em relação à valores, ou é verdadeiro ou é falso. Já a não-contradição diz: “não se pode acreditar que uma coisa seja e não seja”, portanto, nada pode ser verdadeiro e falso ao mesmo tempo, isso é contraditório. Mas enfim, por que rodei tanto até aqui? Apenas para tentar exemplificar um dos meus “nortes”, a lógica, pois o que vemos atualmente são pessoas com um determinado tipo de discurso, mas que, suas atitudes são contraditórias com aquilo e por vezes, o discurso não representa de fato a identidade daquela pessoa. Vou pegar o presidente para “pato” novamente, afinal, era o cara que durante a eleição disse que acabaria com o “toma-lá-dá-cá” na política, mas, na prática, ofereceu bilhões em verbas para deputados aprovarem a previdência. Disse que acabaria com “a mamata” mas indicou seu filho para a embaixada. Podemos perceber aqui que o princípio da não-contradição entre discurso e atitude é inexistente, mas pensando pelo princípio de identidade, talvez seja correto, pois de fato, talvez ele apenas quisesse acabar com o “toma-lá-dá-cá” e “a mamata” do grupo de outra ideologia, mas mantendo o de seus aliados e família. O grande problema disso tudo, é que atualmente esses são fatos inerentes não apenas à política, mas a sociedade em contexto quase geral. Pois grande parte da população age dessa forma, ou seja, “de acordo com a maré”. Eu cresci ouvindo que: “a palavra dada representa o caráter do homem”, ou seja, antigamente o que era apalavrado valia tanto quanto um contrato assinado. Com o tempo, muito disso se perdeu, hoje as pessoas falam uma coisa e fazem outra completamente distinta. Em relação ao poder político ainda se usa o fato de que “político mente”, isso deve ser inaceitável pela sociedade, pois a partir do momento em que isso é aceito, perde-se a credibilidade no poder político e até no voto. Levando em consequência que talvez boa parte da sociedade aceite tal afirmação para si, o que já vem acontecendo, pois já ouvi diversas vezes, “o ser humano mente mesmo”. Penso que isso não deve ser aceito e que a sociedade precisa urgente de uma autocrítica e começar a parear-se no princípio da identidade e não-contradição, ou seja, agir de acordo com o discurso. Portanto, a meu ver, o problema moral é acima de tudo um problema linguistíco.
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