Diante da enorme crise econômica que a União Soviética estava vivendo bem como a incapacidade de se restringir informações sobre as condições de vida de ocidentais em relação à dos cidadãos soviéticos, diversas reformas foram feitas. Uma em particular, a Glasnost permitiu aos cidadãos soviéticos ver o que estava acontecendo com o país com o poder de pela primeira vez votar nas mudanças. A ideia dos comunistas era que ao dar ao povo o poder de optar pelo fim do comunismo o povo se acalmaria, pois com o comunismo funcionando tão bem, ninguém iria querer sair dele. Outra consequência da Glasnost foi a política de respeitar a soberania dos países aliados, ao permitir que seus povos decidissem pelos próprios destinos sem tanques soviéticos invadindo para sustentar governos rejeitados pela população. Dessa vez o povo dos países socialistas deixariam de ser ditaduras e teriam eleições livres, com o povo podendo diminuir ou aumentar a influência do Partido Comunista em futuros governos ou até mesmo a opção impensável que seria criar governos sem o Partido Comunista.
Por que acabou?
Nas primeiras eleições livres dos países socialistas eles literalmente votaram pelo fim do socialismo. Um exemplo claro foi a Alemanha Oriental, cujas eleições legislativas de 1990 deram poder massivo de mais de 2/3 da Volkskammer para o CDU da Alemanha Oriental mesmo com o partido prometendo praticamente fazer o país deixar de existir em suas negociações com o CDU da Alemanha Ocidental. Essas eleições foram uma surpresa pois dado o fato do "eterno partido governista"(porque era o único partido que poderia legalmente governar a Alemanha Oriental) SED sempre ter sido o mais procurado para se construir carreiras políticas na Alemanha Oriental. Os líderes do SED nunca esperaram que a enorme filiação partidária dos alemães orientais ao SED acontecia apenas pela impossibilidade de qualquer outro partido ter representação na Volkskammer. Quando essa obrigatoriedade acabou, o SED começou a derreter. Outros governos da Europa Oriental tiveram que fazer enormes concessões democráticas diante dos protestos dos jovens nas ruas e a recusa soviética em re-invadir os países para manter seus regimes artificialmente como fizeram por décadas. Dentro da União Soviética, algumas SSRs como a Lituânia declararam independência sob o argumento de que o país foi anexado ilegalmente por Stalin. Outras SSRs começaram a exigir mais autonomia e a RSFSR(atual Federação Russa) chegou a eleger um presidente que hostilizava abertamente o sistema comunista, obrigando o governo soviético a negociar com uma RSFSR não-alinhada ao sistema. Depois da independência da Lituânia em 1990 foi realizado em março de 1991 um referendo pela manutenção da União Soviética mais federalizada, dando vitória para o SIM. Entre as reformas por mais autonomia das SSRs estava o fim da jurisdição da KGB nas SSRs, com estas tendo agências próprias. Em Agosto comandantes da KGB e líderes proeminentes do Partido Comunista tentaram dar um golpe na véspera do fim do mandato da KGB sobre as SSRs para tentar desfazer as reformas descentralizadoras. O resultado do golpe fracassado foi a declaração de independência de todas as SSRs(exceto Cazaquistão) pelo restante do ano, até que em dezembro de 1991, após 4 dias o Cazaquistão(que correspondia a toda a União Soviética depois da declaração de independência da RSFSR) decidiu se reformar para ser apenas Cazaquistão e não mais a SSR do Cazaquistão. Uma semana depois foi feita a cerimônia de troca da bandeira no Kremlin pela última vez com a União Soviética declarada oficialmente extinta e substituída por uma pseudoconfederação chamada Comunidade dos Estados Independentes.
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