https://ipfs.skatehive.app/ipfs/QmPZxCi2qYHgfVYdD56gQhLaJ1Qriio7ed9Spftq1MP7sq?pinataGatewayToken=nxHSFa1jQsiF7IHeXWH-gXCY3LDLlZ7Run3aZXZc8DRCfQz4J4a94z9DmVftXyFE
Concept
When we analyze skate parks in Brazil, designed and/or built directly by the public authorities, with some exceptions, we find only the obvious, the trivial, the basics of the basics. And even then, most of the time, this obvious is poorly executed, as skate equipment has a very specific nature and a unique construction methodology, requiring the use of specialized labor - architects and skater builders.
However, most of the time, this workforce is not accessed, either due to a lack of knowledge on the part of the public management or because they know that a quality project entails higher costs, and being Brazilian, it's not hard to imagine some of the reasons why governments, municipalities, and contractors don't like to invest in quality.
As a result, poor-quality skate parks accumulate throughout the entire Brazilian territory. And in Petropolis, it was no different. For decades, the city only had one medium-sized ramp located in the center with questionable quality. Just over a year ago, it gained its second skate facility: a street-style park located in Itaipava Park. Even after many attempts by local skaters (in a process that lasted several years) to bring in specialized professionals for this purpose, somehow managing to be heard but ignored when it came to the final decision. The new park also ended up having lower quality, both in terms of design and execution.
Therefore, the central idea of this project is to show that there are multiple possibilities for skateable architectures and that skate parks and ramps do not always need to be the same or follow a fixed pattern. On the contrary, each new project should have its own essence, with an original and creative design. They don't even need to be tracks or ramps; they can be urban furniture, sculptures with multiple functions that serve not only skaters but also all kinds of users. Regardless of their use or typology, it is essential to take into account the local characteristics (historical, social, climatic, geographic) and, most importantly, to listen to the practitioners of that region about their needs and aspirations.
To demonstrate this, this project uses the volumetry of the central ramp in Petropolis (mentioned earlier) as the initial inspirational object, due to its contradictory existence and occupation by local skaters who used the surrounding parts much more for maneuvers, even building obstacles on their own, than the ramp itself. Starting with a deconstruction (in every sense) of it, we propose to transform this stiff symbol, frozen in time and seldom used, into a puzzle of countless possibilities for skate practice. By slicing and shattering the object of study in various sizes and directions and positioning these pieces in a creative way, it is possible to create an attractive and intriguing space for those who use it, proving that even an outdated ramp can be rethought and resurrected as a kind of architectural reincarnation when the project is in the right hands: people who truly understand the subject and love what they do.
The cherry on top and, finally, the central piece that will emerge from this new composition of modules, when viewed from a certain perspective, will form the famous skyline of the Serra dos Orgaos, paying homage to one of the most famous landscapes in the region, a place of unique beauty and one of the most sought-after tourist destinations in the country for mountain enthusiasts.
Conceito
Quando analisamos pistas de skate no Brasil, desenhadas e/ou construídas diretamente por iniciativa do poder público, salvo algumas exceções, encontramos apenas o óbvio, o trivial, o básico do básico. E mesmo assim, na maioria das vezes, esse óbvio ainda é mal executado, visto que equipamentos para a prática de skate têm um caráter muito específico e uma metodologia de construção singular, necessitando o emprego de mão de obra especializada – arquitetos e construtores skatistas.
Porém, na maior parte das vezes, essa mão de obra não é acessada, seja por falta de conhecimento por parte da gestão pública, ou pelo fato de eles saberem que um projeto de qualidade acarreta maior custo e, sendo brasileiro, não é difícil imaginar alguns dos motivos pelos quais governos, prefeituras e empreiteiras não gostam de investir realmente em qualidade.
Com isso, vão se acumulando pistas de péssima qualidade ao longo de todo território brasileiro. E em Petrópolis, não foi diferente. Durante décadas, a cidade só dispôs de uma única rampa de médio porte localizada no centro e de qualidade questionável. Somente a pouco mais de um ano ganhou seu segundo equipamento destinado ao skate: uma pista da modalidade street, localizada no Parque de Itaipava. Mesmo depois de muitas tentativas dos skatistas locais (em um processo que durou alguns anos) de trazerem profissionais especializados para tal, conseguindo de alguma maneira serem ouvidos, porém ignorados na hora da tomada de decisão final. A nova pista acabou por também possuir uma qualidade inferior, tanto no projeto, quanto na execução.
Logo, a ideia central desse projeto é mostrar que são múltiplas as possibilidades para arquiteturas skatáveis e que pistas e rampas de skate não precisam ser sempre iguais ou seguir algum padrão fixo, muito pelo contrário, cada novo projeto deve ter sua própria essência, com um desenho original e criativo. Não precisam nem mesmo ser pistas ou rampas, podendo se tratar de mobiliários urbanos, esculturas com múltiplas funções que atendam não só skatistas, como também todo tipo de usuário. Independente de seu uso, tipologia, é primordial levar em consideração as características locais (históricas, sociais, climáticas, geográficas) e, principalmente, ouvir os praticantes daquela região sobre suas necessidades e aspirações.
Para demonstrar isso, esse projeto utiliza a própria volumetria da rampa do centro de Petrópolis (citada anteriormente) como objeto inicial inspirador, devido à sua contraditória existência e ocupação pelos skatistas locais que se utilizavam muito mais das partes do seu entorno para as manobras, inclusive construindo obstáculos por iniciativa própria, do que a rampa em si. Partindo de uma desconstrução (em todos os sentidos) da mesma, propomos transformar este símbolo engessado, parado no tempo e tão pouco utilizado, em um quebra-cabeças de inúmeras possibilidades para a prática do skate. Fatiando e despedaçando o objeto de estudo em diversos tamanhos e direções e posicionando essas peças de maneira criativa, é possível originar um espaço atraente e instigante para quem o utiliza, provando que até uma rampa antiquada pode ser repensada e ressuscitada como uma espécie de reencarnação arquitetônica, quando o projeto está nas mãos certas: pessoas que realmente entendem do assunto e amam o que fazem.
A cereja do bolo e, por fim, a peça central que surgirá dessa nova composição de módulos, quando olhada de uma determinada perspectiva, formará o tão famoso skyline da Serra dos Órgãos, fazendo uma homenagem a uma das paisagens mais famosas da região, lugar de beleza única e um dos destinos turísticos mais procurados do país por quem curte montanhismo.