A Queima das Fitas da Universidade de Coimbra é um evento maioritariamente académico, mas não exclusivo, que decorre no mês de Maio, durante uma semana. O Seu ponto alto é atingido com o Cortejo dos Grelados. Uma breve exposição histórica sobre esse ritual académico constitui o tema deste post.
Não se pretende fazer uma extensa apresentação histórica, mas antes ilustras através de imagens práticas que se vem repetindo de há quase 100 anos na tradição académica da cidade de Coimbra. Pela escassez de registo fotográfico de determinadas fases da preparação, foram incluídas fotografias da preparação do Cortejo de 2011 para se perceber, sucintamente, o processo de construção dos carros e dar ainda uma perspectiva comparativa entre o passado e o presente.
O Cortejo dos Grelados, vulgo Cortejo Académico, constitui uma referência histórica e fulcral nas festividades da Queima das Fitas da Universidade de Coimbra . Não sendo, de todo, uma exclusividade académica, o cortejo é vivido por todos os cidadãos que nele queiram participar. A cidade é vestida por uma folia quase que carnavalesca, aparentemente, sem lei, nem ordem.
1. Perspectiva histórica
Ilustração 1: A Revolta - Coimbra, 23 de Maio de 1924
O cortejo na sua componente tradicional radica, de um passado, já longínquo. Remonta ao final do século XIX, com a comemoração do Centenário da Sebenta. (Lopes, 1995) Estas comemorações caracterizavam-se pelo desfile de carros alegóricos carregados de humor e ironia, estando-lhes inserida uma mensagem trocista, alegoria a acontecimentos da actualidade de então. (Lopes, 1995)
Ilustração 2: Coimbra, Cortejo de 1926. Museu Académico da Universidade de Coimbra)
“O desfile não estava limitado à Universidade, mas sim aberto a todos quantos quisessem aderir. Entre os Participantes estavam o “Carro de Intelectuais”, o “Carro do Grupo de Enfermeiras dos Hospitais da Universidade” e o “Carro da Escola Agrícola”
Ilustração 3: Casamento do Provinciano, Coimbra, 1926. Museu Académico da Universidade de Coimbra
Ilustração 4: Coimbra, 1926 Museu Académico da Universidade de Coimbra.
Ilustração 5 Coimbra, 1929 - primeiro cortejo com jurí, já com o percurso establecido através da Praça da República. Museu Académico da Universidade de Coimbra
Ilustração 6"Dia do Cortejo em que António Falcão Paredes fio buscar o seu Grelo de Ciências - Coimbra, 22 de Maio de 1951", Museu Académico da Universidade de Coimbra
Ilustração 7 "QUEIMA DAS FITAS 1952 Dia do Cortejo:27 de Maio, António Paredes e Miguel Rodrigues no nosso Carro que alcançou o 1º Prémio: «A Ciência à vara do pião atómico» no momento em que seguia pela Avenida D. Afonso Henriques. Coimbra", Museu Académico da Universidade de Coimbra
Ilustração 8: Coimbra, 1958, Distribuição de plaquetas relativas ao curso do carro em questão . Museu Académico da Universidade de Coimbra
1.1. O Cortejo e a Imprensa
Ilustração 9: Revista Mundo, 4 de Junho de 1959 Nº 96, Museu Académico da Universidade de Coimbra
Ilustração 10: Revista Mundo, 4 de Junho de 1959 Nº 96,
Museu Académico da Universidade de Coimbra.
Ilustração 11:Revista Mundo, 4 de Junho de 1959 Nº 96, Museu Académico da Universidade de Coimbra
Ilustração 12: “Terça-feira, para um carioca que se preze, é carnaval. Terça-feira, para um universitário, é o cortejo da Queima das Fitas de Coimbra”. Diário de Notícias - 1997, Museu Académico da Universidade de Coimbra
Ilustração 13: "Carnaval em Maio", in Diário de Notícias - 1998, Museu Académico da Universidade de Coimbra.
2.Construção dos Carros Alegóricos
Carregados de uma forte componente visual, os carros alegóricos, obedecem a uma série de ordens, antes da sua exposição pública. Obrigando a quem os construi a uma série de burocracias e a um gasto dispendioso na aquisição da material para a sua construção e para o posterior desfile: “ aluguer do carro e motorista, carpinteiro, plaquetes (livro de curso com caricaturas dos fitados), comida e bebida, flores e inscrição do carro junto da Comissão Central da Queima das Fitas (CCQF).” (in Jornal de Notícias)
Ilustração 14: Trabalhos de construção da estrutura que irá suportar os motivos decorativos. Taveiro, 2011.
Ilustração 16: Estrutura finalizada. Utilizando sobretudo, madeira, redes metálicas e tubos em pvc. Taveiro, 2011.
2.1. Processos de Decoração dos Carros Alegóricos
lustração 29: Colocação das flores decorativas.
3. Cortejo:
Ilustração 34: Percurso do Cortejo. Pontos vermelhos indicam o percurso comum a todos os carros que participam no desfile; pontos azul-ciano representam o ponto de partida da coluna de carros relativos a instituições não Universitárias (ISEC, ESEC, ESTES, ESAC).
Ilustração 35: Passagem dos carros pela Praça 8 de Maio.
Ilustração 35: Passagem dos carros pela Praça 8 de Maio.
Ilustração 36: Pasagem dos carros pelo Largo da Portagem. Ao longo do precurso, os motivos decorativos são arrancados pelos indivíduos que participam ou assistem ao cortejo.
Ilustração 37: A presença de agentes da autoridade, assim como o "staff" que auxilia os condutores dos carros alegóricos nas manobras, dificultadas pela reduzida visibilidade dos condutores.
Ilustração 38: Os carros parcialmente "destruidos" dirigem-se pela Avenida Marginal, em direcção ao parque de estacionamento junto à ponte do Açude.
Ilustração 39: Atingido o destino, os carros são abandonados pelos estudantes. A estrutura é posteriormente retirada.
@cleverbot, @banjo, para o ano, vamos ao Cortejo? ;P
Ilustração 10: Revista Mundo, 4 de Junho de 1959 Nº 96, Museu Académico da Universidade de Coimbra.
Ilustração 11:Revista Mundo, 4 de Junho de 1959 Nº 96, Museu Académico da Universidade de Coimbra
Ilustração 12: “Terça-feira, para um carioca que se preze, é carnaval. Terça-feira, para um universitário, é o cortejo da Queima das Fitas de Coimbra”. Diário de Notícias - 1997, Museu Académico da Universidade de Coimbra
Ilustração 13: "Carnaval em Maio", in Diário de Notícias - 1998, Museu Académico da Universidade de Coimbra.
2.Construção dos Carros Alegóricos
Carregados de uma forte componente visual, os carros alegóricos, obedecem a uma série de ordens, antes da sua exposição pública. Obrigando a quem os construi a uma série de burocracias e a um gasto dispendioso na aquisição da material para a sua construção e para o posterior desfile: “ aluguer do carro e motorista, carpinteiro, plaquetes (livro de curso com caricaturas dos fitados), comida e bebida, flores e inscrição do carro junto da Comissão Central da Queima das Fitas (CCQF).” (in Jornal de Notícias)
Ilustração 14: Trabalhos de construção da estrutura que irá suportar os motivos decorativos. Taveiro, 2011.
Ilustração 16: Estrutura finalizada. Utilizando sobretudo, madeira, redes metálicas e tubos em pvc. Taveiro, 2011.
2.1. Processos de Decoração dos Carros Alegóricos
